Eritrograma
A hematologia do cavalo e única em vários aspectos em comparação com outros mamíferos domésticos. Estas diferenças devem ser mantidas em mente quando estivermos analisando o hemograma de um equino.
No cavalo, a eritropoiese (formação de glóbulos vermelhos) é completada na medula óssea mesmo em condições de severa perda de sangue ou anemia hemolítica. Assim sendo, é difícil dizer, somente pelo esfregaço sanguíneo, se está ou não havendo uma resposta satisfatória a uma anemia pois é raro encontrarmos células jovens na circulação. Corpúsculos de Howell-Jolly podem ocorrer em pequeno número de eritrócitos no cavalo são e não representam celulas jovens no sangue periférico.
A avaliação de anemias degenerativas e regenerativas pode ser feita pela análise citológica das células, da medula após punção do esterno ou das costelas. A leitura do esfregaço normal deve indicar uma relação de células mieloides e eritroides de menos de 1.5. Uma resposta a anemia regenerativa frequentemente produz uma relação de menos de 0.5 e apresenta uma contagem de reticulócitos maior que 2%. A presença de megacariócitos indica que as plaquetas estão sendo adequadamente produzidas.
Os valores de referência para o número total de hemácias giram em torno de 9 a 12 milhões/mm³ para animais puro sangue inglês (PSI) submetidos a treinamento intenso. Já animais em descanso, apresentam contagem bem menor, em torno de 7 a 9 milhões/mm³. Os valores de hemoglobina se situam entre 13 a 17 g% para o PSI atleta e um pouco menos para os outros.
O hematócrito corresponde à fração celular e sua relação com o total de volume sanguíneo expresso em porcentagem. O valor esperado para o PSI atleta está entre 38 e 50%, diminuindo também para animais fora de treinamento. Animais submetidos a treinamento de tiro (basicamente anaeróbico) como Quarto de Milha de corrida, apresentam padrão intermediário entre o PSI e o animal em descanso. O mesmo ocorre com animais de salto e adestramento. É interessante observar que o regime de treinamento é um dos fatores mais importantes que se reflete no padrão do eritrograma. Mesmo dentro de uma categoria, por exemplo, animais Quarto de Milha de corrida, observamos diferença entre as médias dos valores de acordo com o regime de treinamento que o treinador impõe aos seus animais. Ou seja, se houver número suficiente de amostras, podemos fazer uma análise estatística e estabelecer para cada treinador um padrão de normalidade.
As características individuais também são relevantes na interpretação dos resultados. Alguns animais fogem dos padrões de normalidade que estabelecemos para as categorias e apresentam excelente performance com resultados de hemograma aparentemente insatisfatórios, como uma contagem de hemácias baixa, por exemplo, ou um hematócrito persistentemente alto. Ao se conhecer o padrão do animal e da categoria, podemos fazer o acompanhamento do treinamento e determinar quando o animal está na sua melhor forma.
A análise do eritrograma nos permite diagnosticar diversos tipos de anemia (diminuição da contagem, eritropenia) ou ainda a presença de desidratação (aumento da contagem, poliglobulia). O acompanhamento da contagem é fundamental na avaliação do treinamento, pois qualquer alteração poderá levar a fracassos inesperados. Quando detectadas, as alterações podem ser corrigidas antes das provas, sendo mais fácil manter o animal no pico da performance. A causa mais comum de anemia no cavalo atleta é a anemia hemolítica causada por hemoparasitas do tipo Babesia. A coisa certa a fazer é solicitar o exame hematológico juntamente com a pesquisa de hematozoários nos casos de suspeita.
Uma outra característica interessante da espécie eqtiina é a estabilidade do VCIVI (volume corpuscular médio). O volume das hemácias do cavalo se mantém dentro de limites rígidos (entre 38 e 50 ,u3) mesmo na presença de doenças de tal forma que um aumento no hematócrito quase certamente corresponde a um aumento do número de hemácias e não ao aumento do volume destas. Os índices de HCM (hemoglobina corpuscular média) e CHCM (concentração hemoglobínica corpuscular média) variam e são bons indicativos de anemias. O aumento do HCM geralmente indica hemólise.
A dosagem de proteína complementa o eritrograma e é muito importante para diferenciar, por exemplo, se uma contagem normal é realmente normal, ou se O animal apresenta anemia e está desidratado; neste caso, a contagem está dentro dos parâmetros normais mas a proteína estará aumentada, indicando perda de fluido, ou seja, quando o animal for rehidratado, a anemia ficará evidente. Além disto, juntamente com a dosagem do fibrinogênio, a proteína é um valioso instrumento para acompanhar a evolução de infecções severas como pleurites e peritonites quando sua determinação é mais confiável do que a determinação dos leucócitos já que é mais constante.
VALORES DE REFERÊNCIA DO CANTER LAB
1) Tabela para cavalos sob trabalho leve ou descanso:
Valores de referência
Eritrócitos 7 - 9 milhões/mm³
Hemoglobina 12 -14 g%
Hematócrito 36 - 41 %
VCM 38 - 50 µ³
HCM 12 - 16pg
CHCM 30 - 38 %
Proteína plasmática 6 - 8 g%
2) Tabela para cavalos Quarto de Milha em treinamento – Corridas
Valores de referência
Eritrócitos 7,5 - 10,2 milhões/mm³
Hemoglobina 12 - 14 g%
Hematócrito 34 - 43 %
VCM 38 - 50 µ³
HCM 12 - 16pg
CHCM 30 - 38 %
Proteína plasmática 6 - 8 g%
3) Tabela para cavalos Puro Sangue Inglês em treinamento - Corridas
Valores de referência
Eritrócitos 9 - 11 milhões/mm³
Hemoglobina 13 - 16 g%
Hematócrito 38 - 48 %
VCM 38 - 50 µ³
HCM 12 - 16pg
CHCM 30 - 38 %
Proteína plasmática 6 - 8 g%
A hematologia do cavalo e única em vários aspectos em comparação com outros mamíferos domésticos. Estas diferenças devem ser mantidas em mente quando estivermos analisando o hemograma de um equino.
No cavalo, a eritropoiese (formação de glóbulos vermelhos) é completada na medula óssea mesmo em condições de severa perda de sangue ou anemia hemolítica. Assim sendo, é difícil dizer, somente pelo esfregaço sanguíneo, se está ou não havendo uma resposta satisfatória a uma anemia pois é raro encontrarmos células jovens na circulação. Corpúsculos de Howell-Jolly podem ocorrer em pequeno número de eritrócitos no cavalo são e não representam celulas jovens no sangue periférico.
A avaliação de anemias degenerativas e regenerativas pode ser feita pela análise citológica das células, da medula após punção do esterno ou das costelas. A leitura do esfregaço normal deve indicar uma relação de células mieloides e eritroides de menos de 1.5. Uma resposta a anemia regenerativa frequentemente produz uma relação de menos de 0.5 e apresenta uma contagem de reticulócitos maior que 2%. A presença de megacariócitos indica que as plaquetas estão sendo adequadamente produzidas.
Os valores de referência para o número total de hemácias giram em torno de 9 a 12 milhões/mm³ para animais puro sangue inglês (PSI) submetidos a treinamento intenso. Já animais em descanso, apresentam contagem bem menor, em torno de 7 a 9 milhões/mm³. Os valores de hemoglobina se situam entre 13 a 17 g% para o PSI atleta e um pouco menos para os outros.
O hematócrito corresponde à fração celular e sua relação com o total de volume sanguíneo expresso em porcentagem. O valor esperado para o PSI atleta está entre 38 e 50%, diminuindo também para animais fora de treinamento. Animais submetidos a treinamento de tiro (basicamente anaeróbico) como Quarto de Milha de corrida, apresentam padrão intermediário entre o PSI e o animal em descanso. O mesmo ocorre com animais de salto e adestramento. É interessante observar que o regime de treinamento é um dos fatores mais importantes que se reflete no padrão do eritrograma. Mesmo dentro de uma categoria, por exemplo, animais Quarto de Milha de corrida, observamos diferença entre as médias dos valores de acordo com o regime de treinamento que o treinador impõe aos seus animais. Ou seja, se houver número suficiente de amostras, podemos fazer uma análise estatística e estabelecer para cada treinador um padrão de normalidade.
As características individuais também são relevantes na interpretação dos resultados. Alguns animais fogem dos padrões de normalidade que estabelecemos para as categorias e apresentam excelente performance com resultados de hemograma aparentemente insatisfatórios, como uma contagem de hemácias baixa, por exemplo, ou um hematócrito persistentemente alto. Ao se conhecer o padrão do animal e da categoria, podemos fazer o acompanhamento do treinamento e determinar quando o animal está na sua melhor forma.
A análise do eritrograma nos permite diagnosticar diversos tipos de anemia (diminuição da contagem, eritropenia) ou ainda a presença de desidratação (aumento da contagem, poliglobulia). O acompanhamento da contagem é fundamental na avaliação do treinamento, pois qualquer alteração poderá levar a fracassos inesperados. Quando detectadas, as alterações podem ser corrigidas antes das provas, sendo mais fácil manter o animal no pico da performance. A causa mais comum de anemia no cavalo atleta é a anemia hemolítica causada por hemoparasitas do tipo Babesia. A coisa certa a fazer é solicitar o exame hematológico juntamente com a pesquisa de hematozoários nos casos de suspeita.
Uma outra característica interessante da espécie eqtiina é a estabilidade do VCIVI (volume corpuscular médio). O volume das hemácias do cavalo se mantém dentro de limites rígidos (entre 38 e 50 ,u3) mesmo na presença de doenças de tal forma que um aumento no hematócrito quase certamente corresponde a um aumento do número de hemácias e não ao aumento do volume destas. Os índices de HCM (hemoglobina corpuscular média) e CHCM (concentração hemoglobínica corpuscular média) variam e são bons indicativos de anemias. O aumento do HCM geralmente indica hemólise.
A dosagem de proteína complementa o eritrograma e é muito importante para diferenciar, por exemplo, se uma contagem normal é realmente normal, ou se O animal apresenta anemia e está desidratado; neste caso, a contagem está dentro dos parâmetros normais mas a proteína estará aumentada, indicando perda de fluido, ou seja, quando o animal for rehidratado, a anemia ficará evidente. Além disto, juntamente com a dosagem do fibrinogênio, a proteína é um valioso instrumento para acompanhar a evolução de infecções severas como pleurites e peritonites quando sua determinação é mais confiável do que a determinação dos leucócitos já que é mais constante.
VALORES DE REFERÊNCIA DO CANTER LAB
1) Tabela para cavalos sob trabalho leve ou descanso:
Valores de referência
Eritrócitos 7 - 9 milhões/mm³
Hemoglobina 12 -14 g%
Hematócrito 36 - 41 %
VCM 38 - 50 µ³
HCM 12 - 16pg
CHCM 30 - 38 %
Proteína plasmática 6 - 8 g%
2) Tabela para cavalos Quarto de Milha em treinamento – Corridas
Valores de referência
Eritrócitos 7,5 - 10,2 milhões/mm³
Hemoglobina 12 - 14 g%
Hematócrito 34 - 43 %
VCM 38 - 50 µ³
HCM 12 - 16pg
CHCM 30 - 38 %
Proteína plasmática 6 - 8 g%
3) Tabela para cavalos Puro Sangue Inglês em treinamento - Corridas
Valores de referência
Eritrócitos 9 - 11 milhões/mm³
Hemoglobina 13 - 16 g%
Hematócrito 38 - 48 %
VCM 38 - 50 µ³
HCM 12 - 16pg
CHCM 30 - 38 %
Proteína plasmática 6 - 8 g%