Cálcio e fósforo
O cálcio existe no sangue em três estados: ionizado, quelado, e ligado a proteínas. A dosagem do laboratório mede o total mas somente a porção ionizada é biologicamente ativa. Os fatores que controlam o mecanismo do cálcio e do fósforo são principalmente o paratormônio e a tireocalcitonina.
O paratormônio tem quatro ações básicas: aumentar a absorção de cálcio no intestino; aumentar a reabsorção de cálcio nos túbuios renais; aumentar a liberação do cálcio dos ossos (via reabsorção óssea); e aumentar a perda de fósforo pelos túbulos renais (diminuindo a reabsorção).
O estímulo para a liberação do paratormônio é a diminuição dos níveis de cálcio ionizado e sua função básica é aumentar o nível de cálcio ionizado no soro e diminuir os de fósforo.
A tireocalcitonina, secretada na glândula tireoide, tem efeito oposto ao do paratormônio. Ela aumenta a deposição de cálcio nos ossos, diminuindo os níveis de cálcio ionizado no soro. O principal estímulo para a liberação dela é a elevação dos níveis de cálcio do soro.
Se esses mecanismos homeostáticos estiverem funcionando normalmente, o nível de cálcio e fósforo no soro será normal, permanecendo praticamente estável, mesmo em casos de desequilíbrio nutricional. No entanto, este mecanismo não é imediato e nos casos agudos de perda de cálcio, como a lactação ou o exercício muito intenso, poderemos ter manifestações de hipocalcemia.
A tetania aguda hipocalcêmica, é a manifestação de desequilíbrio de cálcio mais comum. Os níveis encontrados podem ser tão baixos como 6 mg/dl em contraste com os valores normais entre 10,7 e 13,4 mg/dl. Ela acontece em machos e fêmeas de todas as idades (não só na lactação ou gestação) e a causa não está definitivamente estabelecida.
A diminuição da calcemia permite a difusão espontânea do sódio dentro das células nervosas causando despolarização e levando a paresia. A hipocalcemia pode aparecer ainda na síndrome da má absorção, no raquitismo avançado e no hipoparatireoidismo.
Já a hipercalcemia ocorre em diversos tipos de hiperparatireoidismo, fraturas extensas e principalmente em casos de falência renal. Nos casos de falência renal, acompanhando a hipercalcemia, temos a hipofosfatemia.
Mesmo que os níveis de cálcio estejam dentro dos parâmetros normais, podemos ter sintomatologia da hipo ou hipercalcemia quando há desequilíbrio do pH, especialmente em casos de alcalose. isto ocorre porque aproximadamente 40 a 50% do cálcio circula no sangue ligado a proteínas; chamada fração não difusível, e o resto, circula na forma de complexos (citrato e fosfato), constituindo a forma livre e ativa, denominada também de cálcio ionizado. Diante de uma alcalose, por exemplo, o cálcio ionizado pode diminuir para somente 20% do total, levando ao aparecimento de tetania ou flutter diafragmático.
Devemos lembrar que a tetania hipocalcêmica exige tratamento urgente e por isto a calcemia deve ser dosada com frequência nos animais sujeitos a ela. Faça a coisa certa!
Com relação ao fósforo, dificilmente observaremos hiperfosfatemia se o sistema renal estiver
funcionando pois o excesso é eliminado na urina. Já a hipofosfatemia acontece na síndrome da má absorção e na deficiência da ingestão. Potros lactentes apresentam fosfatemia mais alta.
Por fim, é importante ter em mente que a dosagem de cálcio e fósforo no soro é de pouco valor na avaliação do estado nutricional do animal. Uma dieta rica em fósforo e pobre em cálcio (comum no Brasil) não alterará o nível circulante de cálcio e fósforo no soro, mas este equilíbrio será mantido às custas de reabsorção óssea de cálcio, enquanto o excesso de fósforo será eliminado na urina. A reabsorção óssea leva ao enfraquecimento do esqueleto e aparecimento de epifisites, exostoses, raquitismo nos jovens e "cara inchada" nos adultos.
O método mais prático e confiável para se diagnosticar este quadro que é denominado de
hiperparatireoidismo secundário nutricional, é determinar o clearance fracional de fósforo. Deve-se enviar ao laboratório uma amostra de urina e uma amostra de sangue coletados no mesmo momento.
Valores de referência:
Cálcio: 10,7 - 13,4 mg/dl
Fósforo: 1,9 - 5,4 mg/dl
Clearance fracionai de fósforo: máximo de 1,5
O cálcio existe no sangue em três estados: ionizado, quelado, e ligado a proteínas. A dosagem do laboratório mede o total mas somente a porção ionizada é biologicamente ativa. Os fatores que controlam o mecanismo do cálcio e do fósforo são principalmente o paratormônio e a tireocalcitonina.
O paratormônio tem quatro ações básicas: aumentar a absorção de cálcio no intestino; aumentar a reabsorção de cálcio nos túbuios renais; aumentar a liberação do cálcio dos ossos (via reabsorção óssea); e aumentar a perda de fósforo pelos túbulos renais (diminuindo a reabsorção).
O estímulo para a liberação do paratormônio é a diminuição dos níveis de cálcio ionizado e sua função básica é aumentar o nível de cálcio ionizado no soro e diminuir os de fósforo.
A tireocalcitonina, secretada na glândula tireoide, tem efeito oposto ao do paratormônio. Ela aumenta a deposição de cálcio nos ossos, diminuindo os níveis de cálcio ionizado no soro. O principal estímulo para a liberação dela é a elevação dos níveis de cálcio do soro.
Se esses mecanismos homeostáticos estiverem funcionando normalmente, o nível de cálcio e fósforo no soro será normal, permanecendo praticamente estável, mesmo em casos de desequilíbrio nutricional. No entanto, este mecanismo não é imediato e nos casos agudos de perda de cálcio, como a lactação ou o exercício muito intenso, poderemos ter manifestações de hipocalcemia.
A tetania aguda hipocalcêmica, é a manifestação de desequilíbrio de cálcio mais comum. Os níveis encontrados podem ser tão baixos como 6 mg/dl em contraste com os valores normais entre 10,7 e 13,4 mg/dl. Ela acontece em machos e fêmeas de todas as idades (não só na lactação ou gestação) e a causa não está definitivamente estabelecida.
A diminuição da calcemia permite a difusão espontânea do sódio dentro das células nervosas causando despolarização e levando a paresia. A hipocalcemia pode aparecer ainda na síndrome da má absorção, no raquitismo avançado e no hipoparatireoidismo.
Já a hipercalcemia ocorre em diversos tipos de hiperparatireoidismo, fraturas extensas e principalmente em casos de falência renal. Nos casos de falência renal, acompanhando a hipercalcemia, temos a hipofosfatemia.
Mesmo que os níveis de cálcio estejam dentro dos parâmetros normais, podemos ter sintomatologia da hipo ou hipercalcemia quando há desequilíbrio do pH, especialmente em casos de alcalose. isto ocorre porque aproximadamente 40 a 50% do cálcio circula no sangue ligado a proteínas; chamada fração não difusível, e o resto, circula na forma de complexos (citrato e fosfato), constituindo a forma livre e ativa, denominada também de cálcio ionizado. Diante de uma alcalose, por exemplo, o cálcio ionizado pode diminuir para somente 20% do total, levando ao aparecimento de tetania ou flutter diafragmático.
Devemos lembrar que a tetania hipocalcêmica exige tratamento urgente e por isto a calcemia deve ser dosada com frequência nos animais sujeitos a ela. Faça a coisa certa!
Com relação ao fósforo, dificilmente observaremos hiperfosfatemia se o sistema renal estiver
funcionando pois o excesso é eliminado na urina. Já a hipofosfatemia acontece na síndrome da má absorção e na deficiência da ingestão. Potros lactentes apresentam fosfatemia mais alta.
Por fim, é importante ter em mente que a dosagem de cálcio e fósforo no soro é de pouco valor na avaliação do estado nutricional do animal. Uma dieta rica em fósforo e pobre em cálcio (comum no Brasil) não alterará o nível circulante de cálcio e fósforo no soro, mas este equilíbrio será mantido às custas de reabsorção óssea de cálcio, enquanto o excesso de fósforo será eliminado na urina. A reabsorção óssea leva ao enfraquecimento do esqueleto e aparecimento de epifisites, exostoses, raquitismo nos jovens e "cara inchada" nos adultos.
O método mais prático e confiável para se diagnosticar este quadro que é denominado de
hiperparatireoidismo secundário nutricional, é determinar o clearance fracional de fósforo. Deve-se enviar ao laboratório uma amostra de urina e uma amostra de sangue coletados no mesmo momento.
Valores de referência:
Cálcio: 10,7 - 13,4 mg/dl
Fósforo: 1,9 - 5,4 mg/dl
Clearance fracionai de fósforo: máximo de 1,5